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PROJETO A(COLHER): NOVAS POSSIBILIDADES PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA DURANTE O ENSINO REMOTO


Tecnologia Assistiva – Podcast do Artigo
Locução – Lunna Mara

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Erika dos Santos Coutinho: possui Licenciatura em Letras pela Faculdade das Águas Emendadas – FAE-DF (2014) e Licenciatura em Pedagogia pelo Instituto de Educação e Ensino Superior de Samambaia – IESA-DF (2015). Pós-graduada em Orientação Educacional pela Faculdades Integradas de Várzea Grande – FIAVEC-MT (2016), em Neuropsicopedagogia  e Educação Especial e Inclusiva pela Faculdade Serra Geral – FASG – MG (2021). Atualmente é Pedagoga-Orientadora Educacional da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal – SEEDF há 2 anos. Tem experiência como professora da Educação Básica na SEEDF como contrato temporário de 2017 a 2019. E-mail: erikalinguaportuguesa@gmail.com  

Gislêle Aparecida da Silva: PcD auditiva, possui Licenciatura em Pedagogia pela Faculdade de Ciências de Wenceslau Braz – FACIBRA (2012) e Licenciatura Plena em Geografia pela Universidade Estadual de Goiás, Formosa-Goiás (2004). Pós-graduada em Educação Ambiental pela Faculdade de Educação São Luís Jaboticabal, São Paulo (2006). Atualmente é professora de Educação Básica da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) desde 2001. Há 07 anos, Pedagoga da Sala de Apoio à Aprendizagem (SAA) junto aos Transtornos Funcionais Específicos (Transtorno do Déficit Atenção/Hiperatividade, Dislexia, Distúrbio do Processamento Auditivo, Transtorno de Conduta, dentre outros). Ministra palestras e oficinas na área de atuação inclusiva da SEEDF. E-mail: gigilgs@gmail.com

Joelma Augusto de Oliveira: possui Licenciatura em Letras pela Faculdade de Educação, Ciências e Letras Ilmosa Saad Fayad, Formosa – GO (2000). Especialista em Educação Especial para Escola Inclusiva, Faculdade Águas Emendadas (FAE), Brasília – DF (2008). Professora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) desde 1998. Atuou nas áreas de Ensino Fundamental Séries Iniciais/Finais, Ensino Médio, Coordenação Pedagógica e há 14 anos como professora de Sala de Recursos Generalista da Escola Classe 01 do Arapoanga da Coordenação Regional de Ensino de Planaltina.  Possui certificação e experiência em Atendimento Educacional Especializado. Ministra palestras e oficinas sobre Educação Inclusiva. E-mail- joelmaaugusto@hotmail.com

Monique Vieira Amorim Bandeira: possui Licenciatura em Pedagogia pela Universidade de Brasília – UnB (2005), Especialização em Psicopedagogia Institucional pela Universidade Castelo Branco – UCB/RJ (2006), Mestra em Educação pelo PPGE – UnB. Professora de Educação Básica da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal – SEEDF desde 2000. Atualmente está na função de Pedagoga das Equipes Especializadas de Apoio à Aprendizagem (EEAA) da Escola Classe 01 do Arapoanga da Coordenação Regional de Ensino de Planaltina – CREPlan. É professora de Pós-graduação lato sensu do Centro Universitário Euro Americano do DF – UNIEURO e do Centro de Estudos Máxima do Gama – DF. Já atuou como orientadora de estudos do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC (2013/2014). Tem experiência na área de Gestão Escolar, Educação de Jovens e Adultos – EJA, Alfabetização, Coordenação Pedagógica, Formação Continuada de Professores, Educação Inclusiva e Curso Preparatório para Concurso da SEEDF. Ministra palestras e oficinas sobre Currículo Escolar, BNCC, Avaliação – Institucional, das Aprendizagens e diagnóstica, Organização Escolar em Ciclos, Interdisciplinaridade, Organização do Trabalho Pedagógico – OTP e Alfabetização. E-mail: moniquevieira53@gmail.com

 

RESUMO

O presente artigo apresenta o Projeto A(colher) elaborado pela equipe de apoio de uma escola da rede pública do Distrito Federal do Arapoanga, da Coordenação Regional de Ensino de Planaltina. Em virtude do ensino remoto implantado na rede de ensino pública do Distrito Federal em 2020 e em vigor até o primeiro semestre de 2021, a equipe de apoio, elaborou um protocolo de Rotina Planejada denominado Projeto A(colher). O Projeto foi criado para imersão dos estudantes e professores numa perspectiva de educação inclusiva pautada na troca afetiva, na aprendizagem compartilhada, no crescimento coletivo motivador e no compartilhamento de experiências. A Rotina Planejada está hospedada na sala virtual A(Colher), no Google Classroom da Unidade de Ensino, na qual são postadas atividades que fazem parte de ações coletivas desenvolvidas com professores e estudantes da escola participante. A metodologia do Projeto consistiu em realizar uma atividade diferente em cada dia da semana, num contexto temático assim organizado: segunda-feira (Leitura Deleite), terça-feira (Desafio), quarta-feira (Jogo), quinta-feira (Experimento/Experiência) e sexta-feira (Produção Artística). Esta organização serviu de parâmetro para o replanejamento do Projeto Político Pedagógico da Unidade Escolar que manteve ativo apenas o projeto denominado: “Lendo Eu Aprendo”. Os resultados evidenciaram a importância do projeto para o assessoramento pedagógico aos professores, contribuindo para a diversificação e adequação das atividades escolares. Concluímos que a iniciativa viabilizou uma maior integração entre a equipe de apoio e os professores regentes da Unidade de Ensino, além de proporcionar o desenvolvimento da autonomia e da criatividade dos estudantes. 

 

Palavras-Chave: Rotina Planejada. Equipe de Apoio. Aprendizagem Compartilhada.

 

1. INTRODUÇÃO

As profissionais da rede de apoio de uma escola classe da Coordenação Regional de Ensino de Planaltina (CREPlan), em atenção às orientações pedagógicas do Atendimento Educacional Especializado (AEE), do Serviço Especializado de Apoio à Aprendizagem (SEAA) e da Orientação Educacional (OE), desenvolvem ações integradas e planejadas de forma institucional. O intuito dessas ações é abordar temáticas previstas no Currículo em Movimento do Distrito Federal (DF) e no calendário escolar anual como: os Eixos Transversais, Inclusão, Autonomia Estudantil, Semana de Educação Para a Vida, Semana da Inclusão etc. (DISTRITO FEDERAL, 2009, 2010, 2019). 

Uma das ações integradas é o Projeto A(Colher), que está hospedado no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) com o mesmo nome do projeto, na plataforma Google Classroom, da Unidade de Ensino (UE) de lotação das profissionais. O Projeto foi elaborado em virtude do contexto do ensino remoto implantado na rede de ensino pública do DF no ano letivo de 2020 e em vigor no primeiro semestre de 2021. 

As estratégias do A(Colher) estão em conformidade com os normativos legais publicados pelo Governo do Distrito Federal (GDF) e pela Secretaria de Estado de Educação do DF (SEEDF) para o ensino remoto, a saber:  PORTARIA nº 129, de 29/05/2020; PORTARIA nº 133, de 03/06/2020; DECRETO nº 41.841, de 26/02/2021; PORTARIA nº 160, de 09/04/2021 (DISTRITO FEDERAL, 2020a, 2020b, 2021a, 2021b).

O Projeto tem como objetivo apresentar um protocolo de rotina planejada para imersão dos estudantes e professores da referida UE numa perspectiva de educação inclusiva pautada na troca afetiva, na aprendizagem compartilhada, no crescimento coletivo motivador e no compartilhamento de experiências. Na sala A(COLHER) são postadas atividades que fazem parte de ações coletivas desenvolvidas com professores e estudantes e que consistem na realização de uma atividade diferente em cada dia da semana num contexto temático. 

A metodologia do artigo em tela é de natureza qualitativa, visto que apresentamos aspectos da realidade que não podem ser quantificados, mas compreendidos e explicados pela dinâmica das relações sociais (DEMO, 1995). Acrescentamos ainda, o aspecto exploratório dado que “[…] a pesquisa exploratória busca apenas levantar informações sobre um determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condições de manifestação desse objeto.” (SEVERINO, 2007, p. 123, grifo nosso).

Esta produção encontra-se organizada em três momentos: no primeiro, apresentamos brevemente o Projeto e a fundamentação teórica na qual nos apoiamos. No segundo momento, explicitamos a implementação do A(colher) na escola e sua aceitação pelos docentes e equipe gestora. Finalmente, no terceiro momento, tecemos nossas considerações finais a respeito do trabalho colaborativo da equipe de apoio com a aplicação do projeto.

O segmento da Educação Infantil foi o que mais empregou a rotina completa no atendimento dos estudantes. As professoras fizeram uso das atividades desenvolvidas no Mês da Inclusão da Unidade de Ensino, na Semana da Criança

2. METODOLOGIA

2.1 PROJETO A(COLHER): CONCEPÇÃO TEÓRICA E FILOSÓFICA

Para a fundamentação do Projeto A(Colher), nos ancoramos no caderno dos Pressupostos Teóricos, nas Diretrizes Pedagógicas para Organização Escolar do 2º Ciclo para as Aprendizagens, no Currículo em Movimento do Distrito Federal: Ensino Fundamental – Anos Iniciais/ Anos Finais, que orientam o trabalho docente a partir da concepção de educação integral e do currículo integrado com os princípios da unicidade teoria-prática, interdisciplinaridade, contextualização e flexibilização (DISTRITO FEDERAL, 2014a, 2014b, 2018).

De acordo com Bandeira e Dantas (2021), o caderno dos Pressupostos Teóricos orienta, pelas concepções teóricas de Currículo que adota, uma organização do trabalho pedagógico (OTP) em que se recupera a função social da escola de resgatar o protagonismo  estudantil ante a produção do conhecimento. As autoras apontam também que o Currículo em Movimento do DF dá destaque às dimensões culturais e éticas, enfatizando em seus eixos transversais a preocupação de não desenvolver os conteúdos de modo fragmentado e sem sentido real para o estudante.

Os materiais postados na sala virtual A(COLHER) estão sistematizados a partir de um protocolo de rotina que prevê a realização de uma atividade diferente em cada dia da semana, num contexto temático assim organizado: segunda-feira (Leitura Deleite), terça-feira (Desafio), quarta-feira (Jogo), quinta-feira (Experimento/Experiência) e sexta-feira (Produção Artística).

De acordo com Barbosa (2006, p. 35), “[…] uma rotina adequada torna-se um instrumento facilitador da aprendizagem, ela permite que a criança estruture sua independência e autonomia, além de estimular a socialização”. Por isso, em consonância com a autora, adotamos a rotina como fio condutor do A(Colher), pois, por meio dela, as ações promovidas podem assegurar a estabilidade e segurança nos educandos, sobretudo o público-alvo da Educação Especial. A autora ainda destaca que, para não se tornar uma tecnologia de alienação, é necessário considerar na rotina a relação do estudante com o mundo, as expectativas de participação e de liberdade oportunizadas, o espaço para fruição e imaginação e o ritmo pessoal dos discentes. Assim, pode-se evitar uma rotina desinteressante e desgastante na escola.

As ações e atividades são elaboradas pensando na realidade dos estudantes que tinham acesso à internet e para os que estavam sendo atendidos apenas com material impresso. Deste modo, contemplamos a igualdade e a equidade de acesso ao conhecimento buscando minimizar as desigualdades pedagógicas, que infelizmente estão presentes no contexto da escola pública.

Assim sendo, foram utilizados livros em PDF, vídeos preparados por profissionais da Unidade de Ensino do Projeto e de outras escolas, vídeos prontos e conteúdos informativos de sites, blogs e   de  canais  do  YouTube,  sempre  referenciados. Também foram  criados  jogos  e formulários virtuais, com professores, estudantes e familiares pelo Google Meet, além de material com as orientações de cada atividade redigidos pelas profissionais da rede de apoio.

Em cada proposta planejada foram amplamente considerados os eixos integradores do Currículo em Movimento do DF, a ludicidade e o letramento, pois concordamos com o documento que estes eixos são elementos basilares da educação de crianças (DISTRITO FEDERAL, 2014a; 2014b, 2018). Singer (2015), enfatiza que a ludicidade é um recurso importante que promove prazer e estimula a criatividade no processo educativo, além de ajudar a aproximar professores e estudantes, diminuindo a tensão provocada pela relação de poder entre eles.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A criação do Projeto A(Colher) se pautou na necessidade de assessorar pedagogicamente os(as) docentes da escola de lotação das profissionais da rede de apoio responsáveis pelo Projeto, na Região Administrativa (RA) de Planaltina. Entende-se por equipe de apoio as profissionais da Orientação Educacional (OE), do Atendimento Educacional Especializado (AEE) – Sala de Recursos Generalista (SR) e do Serviço Especializado de Apoio à Aprendizagem (SEAA), sob as funções/atuações da Equipe Especializada de Apoio à Aprendizagem (EEAA) e da Sala de Apoio à Aprendizagem (SAA).

Durante o período do ensino remoto, os professores da UE solicitaram auxílio para os estudantes que apresentavam dificuldades de aprendizagem e/ou de acompanhamento das atividades remotas, para os estudantes atendidos na Sala de Recursos e na Sala de Apoio à Aprendizagem, além de sugestões para complementar o trabalho com os discentes que estavam indicando mais avanços no processo de aprendizagem do que os colegas de turma, a fim de que estes não se desmotivassem ao longo dos anos letivos de 2020 e 2021. 

O desafio era propor uma ação que pudesse favorecer a inclusão do máximo de estudantes possíveis e que permitisse que os discentes atípicos e com transtornos funcionais específicos (TFE) se sentissem parte do contexto escolar, sendo compreendidos em suas necessidades singulares. Rech et al (2009) afirma que, 

A inclusão escolar, influenciada por diretrizes internacionais, vem se constituindo como prioritária na legislação brasileira desde a década de noventa, com base nos princípios da Declaração de Salamanca. A legislação nacional parte do pressuposto que a educação inclusiva se caracteriza como uma ampliação de acesso à educação dos grupos historicamente excluídos em função de sua classe, etnia, gênero, idade e deficiência entre outros. (RECH et al, 2019, p. 3).

Mantoan (1997), já chamava à atenção para o fato de que o êxito da inclusão demanda uma nova postura dos profissionais da educação, sobretudo os professores no que se refere à disposição para renunciar ao conservadorismo tradicional da escola. Para a autora é primordial que novos recursos, tecnológicos e metodológicos, sejam inseridos e aplicados para um atendimento de qualidade de todos os estudantes.

A realização do Projeto repercutiu de forma positiva entre os professores da escola participante. A cada proposta encaminhada, a equipe de apoio recebia devolutivas com agradecimentos e comentários de incentivo na sala virtual e no grupo de WhatsApp institucional. Como toda a ação do A(Colher) não era uma imposição da escola, foi mantida a autonomia pedagógica dos professores para aplicar a rotina em sua totalidade ou em partes, complementando os planejamentos.

O segmento da Educação Infantil foi o que mais empregou a rotina completa no atendimento dos estudantes. As professoras fizeram uso das atividades desenvolvidas no Mês da Inclusão da Unidade de Ensino, na Semana da Criança e na última semana de aulas em dezembro de 2020, a partir das temáticas pertinentes de cada período.

Além das devolutivas do corpo docente, os responsáveis pelos estudantes também demonstraram nas reuniões do 1°/2° e 3° bimestres de 2020, a satisfação dos filhos na participação das atividades encaminhadas pelos professores a partir do protocolo do A(Colher). O momento mais elogiado foi o período dedicado à Educação Inclusiva, no qual foram trabalhadas as temáticas sobre o respeito mútuo, empatia, diferenças entre as pessoas, os Transtornos Funcionais Específicos, TEA, Síndrome de Down, deficiências física e mental, racismo, Bullying entre outros.

No letivo de 2021, foram encaminhadas para os professores propostas voltadas para o tema “Cultura de Paz”, indicado pela SEEDF na Semana da Educação Para a Vida, prevista no calendário escolar no período de 03 a 07 de maio. Os subtemas abordados na rotina do A(Colher) foram: os direitos humanos, a gentileza e o respeito para uma boa convivência, a importância da rotina na vida do estudante, o respeito à diversidade social e o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Este último subtema foi abordado aproveitando a campanha do Maio Laranja1, com atividades informativas específicas para os estudantes e as famílias elaboradas pelas profissionais da equipe de apoio da UE.


1Campanha Nacional de iniciativa do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), a partir da Lei Federal 9.970/2000 que instituiu o 18 de maio como Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescente, em alusão ao caso da menina Araceli Sanchéz Crespo, de oito anos, que foi sequestrada, drogada, estuprada e morta, em Vitória (ES), em maio de 1973 (BRASIL, 2021).


Para que as ações do Projeto chegassem aos estudantes e às famílias durante o período do ensino remoto, foram necessários o apoio e o engajamento dos(das) professor(as) regentes na postagem e divulgação das propostas nos grupos de WhatsApp das turmas e nas salas virtuais da escola. A maioria dos docentes aderiu ao Projeto e encaminhava as atividades sempre que solicitado, buscando motivar os estudantes a realizá-las.

Ademais, o protocolo de rotina planejada da sala virtual A(COLHER) serviu de parâmetro para a reorganização do Projeto Político – Pedagógico (PPP) da escola participante, a pedido da equipe gestora e com concordância do corpo docente, que manteve ativo apenas o projeto de leitura intitulado “Lendo Eu Aprendo” ao longo do ensino remoto (DISTRITO FEDERAL, 2021c). A efetivação do projeto de leitura se deu com o planejamento e elaboração de sugestões de atividades pelos professores, coordenadores e equipe gestora, a partir do Protocolo do A(colher). As atividades foram postadas na sala virtual da coordenação pedagógica da UE semanalmente, de acordo com temas previamente escolhidos nas reuniões coletivas on-line. Assim, as sugestões inseridas no ambiente virtual de aprendizagem (AVA) estavam disponíveis para que todos pudessem utilizá-las em suas aulas remotas.

Para além do trabalho efetivo na escola, as profissionais responsáveis pela sala virtual A(COLHER) apresentaram o projeto no Fórum do Serviço Especializado de Apoio à Aprendizagem realizado no período de 25 a 27 de novembro de 20202 e nos Encontros de Articulação Pedagógica (EAP) organizados pelas Coordenações Intermediárias (CI) de cada serviço, tanto da Coordenação Regional de Ensino de Planaltina (CREPLan) como de outras CRE’s.  

O período de vigência do A(colher) é ao longo do ano letivo, de acordo com o PPP da escola e com os planos de ação das profissionais da rede de apoio responsáveis pelo Projeto. Salientamos que o acesso à sala virtual e aos materiais postados é livre para todos que tenham o e-mail institucional da Secretaria de Estado de Educação do DF (SEEDF) por meio do link de convite e/ou do código da turma/sala.

Para o aprimoramento das metodologias e estratégias empregadas e adequação à realidade da comunidade escolar são feitas avaliações periódicas  das ações e atividades desenvolvidas como todos os envolvidos em reuniões pedagógicas virtuais com os professores de cada segmento e/ou nos Conselhos de Classe de cada bimestre.


2A apresentação do protocolo de rotina planejada da sala virtual A(COLHER) ocorreu no formato de comunicação oral – Roda de Conversa 4 – canal virtual da Gerência do Serviço Especializado de Apoio à Aprendizagem (GSEAA) e pode ser acessada no link https://www.youtube.com/watch?v=CpNe8yNzG8k. (DISTRITO FEDERAL, 2020c).


 

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Este artigo teve como objetivo apresentar o Projeto A(colher), uma das ações coletivas das profissionais da rede de apoio da EC do Arapoanga da CRE de Planaltina-DF. Mesmo antes da pandemia e da implementação do ensino remoto, as ações realizadas pela rede de apoio da UE sempre tiveram como referência o trabalho coletivo e colaborativo, razão pela qual foi decidido transferir esse modus operandi para a plataforma do Programa Escola Em Casa DF.

Assim como os professores regentes, as profissionais da OE, AEE/SR, SAA e EEAA também tiveram que “se reinventar” e buscar adequar suas atuações para o teletrabalho. Entendemos que, para além de simplesmente atender às orientações publicadas pela SEEDF, pelo Governo do Distrito Federal e pelo Conselho de Educação do DF (CEDF), o trabalho da equipe de apoio deveria ter como foco o mapeamento das fragilidades do contexto do ensino remoto em todos os segmentos da comunidade escolar, quais sejam família, estudantes, docentes e equipe gestora. Estar perto, mesmo com o distanciamento físico, foi o grande desafio da equipe, pois, somente entendendo a realidade concreta, seria possível apontar caminhos viáveis e pertinentes.

Enxergamos com o Projeto A(colher) tais possibilidades de atuação já que, por meio dele, foi possível não só acolher, mas também sensibilizar, conscientizar, informar e atender todos os segmentos da escola. E, para mais, colaborou-se para reorganização do PPP e do trabalho pedagógico da UE, inclusive repercutindo o Projeto para outras Unidades Escolares e outras CRE’s.

Entendemos que a melhoria da qualidade do processo de ensino e aprendizagem na escola, sobretudo dos estudantes atípicos e com TFE, não pode prescindir de recursos variados, flexibilidade das ações e das atividades, adequações metodológicas e uma relação menos vertical entre docentes e discentes (MANTOAN, 2015). Uma postura horizontal aproxima mais o professor do estudante, permitindo que o conheça e identifique suas limitações, potencialidades e preferências e, tornando mais viável o planejamento de situações de efetivas aprendizagens.

Como próximo desafio, as profissionais da equipe de apoio pretendem adequar o A(Colher) para o ensino presencial, tornando-o um projeto permanente no PPP da Unidade de Ensino.


COMO CITAR:

COUTINHO, Erika dos Santos; Silva, GISLÊLE Aparecida da; OLIVEIRA Joelma Agusto de; BANDEIRA, Monique Vieira Amorim Projeto A (Colher): Novas Possibilidades para a Educação Inclusiva Durante o Ensino Remoto. In: Revista Sala de Recursos, vol.2, n.2,  p.64 – 73 , maio – agost. 2021. Disponível em:<http://www.saladerecursos.com.br>. 


 

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BANDEIRA, Monique Vieira Amorim; DANTAS, Otília Maria Alves da Nóbrega Alberto. Currículo em Movimento: Trajetória e Concepções. Revista e-Curriculum, São Paulo, vol. 19, n. 1, p. 319-343, jan./mar. 2021. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum/article/> Acesso em: 31 jul. 2021.

BARBOSA, Maria Carmen Silveira. A Rotina nas Pedagogias da Educação Infantil: dos binarismos à complexidade, Currículo sem Fronteiras, v. 6, n.1, p. 56-69, jan./jun. 2006. Disponível em: <http://www.curriculosemfronteiras.org/vol6iss1articles/barbosa.pdf%20Acesso%20em:%2031%20jul.%202021.%20 >. Acesso em: 31 jul. 2021. 

BRASIL. Governo do Brasil. Maio Laranja: Campanha incentiva denúncia de abuso e exploração infanto-juvenil. Brasília, 2021. Disponível em: <https://www.gov.br/pt-br/noticias>. Acesso em: 8 ago. 2021.

DEMO, Pedro. Metodologia científica: em ciências sociais. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 146p.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Educação Especial: Orientação Pedagógica. Brasília, 2009. 142p.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Serviço Especializado de Apoio à Aprendizagem: Orientação Pedagógica. Brasília, 2010. 124p.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Currículo em Movimento da Educação Básica: Pressupostos Teóricos. Brasília, 2014a. 92p.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Diretrizes Pedagógicas para Organização Escolar do 2º Ciclo para as Aprendizagens. Brasília, 2014b. 70p.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Currículo em Movimento do Distrito Federal: Ensino Fundamental – Anos Iniciais/ Anos Finais. Brasília, 2018. 312p.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Orientação Educacional: Orientação Pedagógica da Orientação Educacional na Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Brasília, 2019. 96p.

DISTRITO FEDERAL. Sistema Integrado de Normas Jurídicas do DF. Portaria nº 129 de 29/05/2020. 2020a. Institui o Programa Escola em Casa DF. Disponível em: <http://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/d34d4d351661460> Acesso em: 25 jun. 2021.

DISTRITO FEDERAL. Sistema Integrado de Normas Jurídicas do DF. Portaria nº 133 de 03/06/2020. Dispõe sobre os critérios para atuação dos profissionais em exercício nas unidades escolares da rede pública de ensino do Distrito Federal, nas atividades educacionais não presenciais, no período de pandemia pelo coronavírus. 2020. Disponível em: <http://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/acc3d738dc294f4780891155242c5d43> Acesso em: 25 jun. 2021.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação. Protocolo de Rotina Planejada (Comunicação oral on-line). In: Fórum do Serviço Especializado de Apoio à Aprendizagem/2020: Roda de Conversa 4. 2020c. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=CpNe8yNzG8k  Acesso em: 25 jun. 2021.

DISTRITO FEDERAL. Sistema Integrado de Normas Jurídicas do DF. Decreto nº 41.841 de 26/02/2021. 2021a. Disponível em: http://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/f420758b53ef4ac698ae64733fc20726>. Acesso em: 25 jun. 2021.

DISTRITO FEDERAL. Sistema Integrado de Normas Jurídicas do DF. Portaria nº 160 de 09/04/2021. (2021b). Disponível: <http://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/5a0ad6b468bf4393a84288e4c4a5ad>.Acesso em: 25 jun. 2021.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Coordenação Regional de Ensino de Planaltina. Projeto Político Pedagógico da Escola Classe 01 de Planaltina. Brasília, 2021c. 71p.

MANTOAN, Maria Teresa Egler. A Integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon/Editora Senac, 1997. 235p.

MANTOAN, Maria Teresa Egler. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Summus, 2015. 64p.

RECH, Sinara Almeida et al. A Inclusão da Rotina na Educação Especial: relato de experiência. In: Colóquio Internacional de Educação Especial e Inclusão ESCOLAR, 2019, Florianópolis. Anais eletrônicos… Campinas, Galoá, 2019. Disponível em: <https://proceedings.science/cintedes-2019/papers/a-inclusao-da-rotina-na-educacao >Acesso em: 04 ago. 2021.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. ver. atual. São Paulo: Cortez, 2007. 304p. 



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