Tecnologia Assistiva – Podcast do Artigo
Locução – Lunna Mara
Iury Moraes Eminergídio : Mestrando na Faculdade de Educação UnB-Brasília/PPGEP na área de Desenvolvimento Profissional e Educação. Conclui o Ensino Superior, Libras/Português como L2 pela UnB, 2020. Membro do WFDI – Associação Internacional de Surdocegos. Membro ABRASC – Associação Brasileira de Sudocegos, Diretor Pedagógico da Associação de Surdocegos de Brasília. Voluntário no Ensino de Português como L2 para surdocegos no Centro de Ensino Especial para Deficientes Visuais – CEDV. Participa de pesquisas e cursos voltados para o ensino do surdocego voluntariamente. Atua principalmente no seguinte tema: Surdocegueira; Cursando atualmente Mestrado na Faculdade de Educação.
Audiodescrição: Ray Oliveira
Locução – Lunna Mara
Minha vida escolar começou quando eu era precoce e fui educado em agosto de 1994 no CEEDV (Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais), foi lá que comecei essa educação enquanto era bebê. Frequentei o CCEDV de 1994 a 1997. Até atingir minha infância, eu não conseguia sentar, nem andar e tinha muitas dificuldades de locomover e desenvolver de alguma forma .
Eventualmente tive problemas de saúde, tive convulsão e logo em seguida tive outros problemas, como por exemplo, meus pais e minha família descobriram que eu era cego porque tinha catarata e não conseguia enxergar. A minha cirurgia de catarata foi com 05 meses, também fiz audiometria e se descobriu a surdez neurossensorial profunda em ambas as orelhas.
Em 1998 fui educado no Centro de Apoio ao Surdo – CAS – onde comecei a aprender Libras como L1 e Português como L2 com os professores. Meus pais sempre me ajudaram na educação e comecei a desenvolver tornando-me bilíngue, porque uso L1 (LIBRAS) e L2 (português escrito). Tive depressão, porque piorou muito meu olho, foi muito difícil.
Depois de terminar o Ensino Fundamental I, onde fiz Escola Parque, fiz o Ensino Fundamental II de 2008 a 2011 onde fui educado e evoluído com os professores e intérpretes de LIBRAS, além de surdos e ouvintes em sala de aula. Também estudei na sala de recursos durante o turno vespertino.
Na sala de recurso, estudei novas disciplinas e pude aprender mais com professores especializados, interagindo com colegas surdos e ouvintes, também estudei no CIL (Centro Interescolar de Línguas)
Escolhi ser professor porque gosto de relacionar e compartilhar conhecimento e ensinar na área e aprofundar aprendizagem e ter contato com grupo e ter experiência e ter inclusão, quero ensinar jovens e adultos, pessoas surdas, ouvintes que saibam LIBRAS ter o desenvolvimento cerebral, melhorar a fluência do português escrito e da LIBRAS e mostrar o conhecimento social público, político, e também ter expectativas para aprender e criar materiais e fazer elaboração de métodos e soluções de problemas, verificar como fazer, conhecer melhor e ter proximidade, depois avaliar a ação orientando a avaliação e ter boas ações qualitativas, é preciso acreditar e avançar na etapa educacional e discutir propostas, porque é ter boas condições de vida social para que possa combinar trabalho e estudo e separando as etapas para avançar em cada núcleo e treinar recursos importantes para cada momento da educação.
Na escola, desenvolvi com mãe e pai, com privacidade na sala de recursos com intérprete, e sala de recursos, criando qualidade porque precisa arrumar as ideias junto com a família e incentivado pela família, com minha mãe que acredita no meu destino e auxiliar com boa orientação respeitando a singularidade do aluno.
Quero ser protagonista da minha história e o surdocego também pode buscar isso, tive uma trajetória longa eu consegui vencer os preconceitos em 2016 e passei vestibular LIBRAS – Português como L2, no via remoto pelo Instituto de Letras e agora, no mestrado na Faculdade de Educação, com objetivo de ensinar português como L2 para surdocegos, estou estudando bastante, lendo muito e sendo orientado em libras tátil, aprendendo braile, orientação e mobilidade e outras coisas importantes, aprendendo a usar recursos tecnológicos que podem me ajudar, então como surdocego ser protagonista.
Em 2014, fiz minha primeira viagem internacional (Inglaterra, País de Gales e França); em 2015 participei do Fórum Internacional da Surdocegueira. Em São Paulo, também participei de outros eventos da surdocegueira e quando tornei-me universitário eu participei de outros eventos como na UFSC em Floripa (SC), UFG Seminário de educação de surdos e PIB em Goiânia falando da Libras Tátil e Comunicação Alternativa de comunicação Háptica, na UFES do Espírito Santo e em Brasília também, recebendo vários certificados. Em 2018, viajei para conhecer a América do Sul (Argentina e Chile), foi uma experiência muito boa, conhecer o gelo, andar nas ruas, fiquei no centro de Buenos Aires, conhecemos lugares de vinho e azeiteira.
Fiz viagens de férias e de pesquisas respectivamente, gosto de viajar porque no futuro quero ter minha vida…é importante para minha autonomia1
“Quero ser protagonista da minha história e o surdocego também pode buscar isso, tive uma trajetória longa eu consegui vencer os preconceitos em 2016 e passei vestibular LIBRAS – Português como L2, no via remoto pelo Instituto de Letras e agora, no mestrado na Faculdade de Educação, com objetivo de ensinar português como L2 para surdocegos”
Iury Moraes Eminergídio
1.Texto escrito por Iury Moraes, estudante surdo, com ressalvas da escrita que um aluno surdo possui, haja vista o fato da pessoa com surdez ter como referência uma língua viso-motora, no Brasil – a LIBRAS, e ser convocada a escrever numa língua que é de natureza fono-articulatória.