A Educação inclusiva está cada vez mais ganhando espaço nas instituições escolares. Dessa forma, garantir a todos os indivíduos o respeito às suas diferenças e sua atuação na sociedade requer ações pedagógicas humanizadas e reflexivas.
Tecnologia Assistiva – Podcast do Artigo
Voz – Lunna Mara
Márcia Gonzaga Nespereira Andelo – graduada em Letras e Pedagogia, especialista em Psicopedagogia, Educação Infantil e Séries Iniciais, Gestão e Orientação Educacional. Já atuou como docente em Ensinos fundamental e Médio. Atua como tutora em cursos de Educação da Unyleya e Orientadora Educacional da Secretaria de Educação do DF.
Refletir acerca do papel do Orientador Educacional frente ao processo da Educação Inclusiva é uma discussão bastante significativa, haja vista a relevância da atuação deste profissional na contribuição com o processo educativo e com toda a comunidade escolar.
Umas das tarefas diárias do Orientador Educacional é procurar promover a igualdade de direitos a todos os estudantes, assim como diversidade cultural e acessibilidade. A atuação desse profissional no processo de inclusão escolar contribui para que a necessidade de aceitação, a valorização às diferenças e as limitações individuais sejam vistas como essenciais por toda a sociedade.
O Orientador Educacional é o elo entre a família, a escola e a comunidade e o responsável em propor ações coletivas a fim de que haja troca de experiências e o conhecimento do meio. Sendo assim, ele é capaz de influenciar positivamente o estudante no processo de ensino e aprendizagem e promover a conscientização de todos de que a educação inclusiva deve ser vivenciada, experimentada e não apenas falada. Como diz Mantoan:
a escola não pode continuar ignorando o que acontece ao seu redor nem anulando e marginalizando as diferenças nos processos pelos quais forma e instrui os alunos. E muito menos desconhecer que aprender implica ser capaz de expressar, dos mais variados modos, o que sabemos, implica representar o mundo a partir de nossas origens, de nossos valores e sentimentos. (MANTOAN, 2003 p. 17).
Sabe-se que nos últimos anos, o termo “educação inclusiva” tem sido cada vez mais usado no campo da educação de necessidades especiais. A inclusão assume que a convivência e a aprendizagem em grupo é a melhor forma de beneficiar a todos. A inclusão das pessoas com necessidades especiais é um procedimento de grande complexidade que exige uma adaptação social amplificada, uma vez que estão envolvidos a família, a escola, a sociedade empresarial e o próprio sujeito a ser incluído. Para muitos, a sociedade ainda não está pronta para bem viver com as diferenças e com o que é diferente com brandura.
À proporção que os estudantes evoluem e se desenvolvem no ambiente escolar percebem as diferenças do outro, ou as veem pelos “olhos” dos adultos, tornando a convivência menos natural. A inclusão escolar só tem significado se refletirmos no ser enquanto social, no papel do homem ativo, participante e integrado socialmente. Destaca Fonseca (in STOBÁUS e MOSQUERA, 2004, p. 45) que:
[…] a escola assume-se como uma instituição social anti-discriminatória, na qual todos os estudantes, com ou sem problemas, integrados ou marginalizados, são acolhidos, na qual a exclusão é igual a zero, na qual todos podem se considerar proprietários dum bem social e dum sentimento comunitário profundo que é a inclusão total de todas as crianças na escola independente da sua diversidade biossocial.
Nesse sentido, ressalta-se mais uma vez a importância e o papel do Orientador Educacional frente à Educação Inclusiva. É esse o profissional, que está em contato com toda a comunidade, um dos responsáveis fundamentais em fazer entender que um mundo inclusivo é um mundo no qual todos têm acesso às oportunidades de ser e estar na sociedade de forma participativa; em que a relação entre o acesso às oportunidades e as características individuais não é marcada por interesses econômicos ou pela caridade pública. A proposta inclusiva pressupõe uma ressignificação da sociedade e da escola que temos hoje, para que ofereça respostas educativas de qualidade para todos.
Ainda sobre o papel do Orientador Educacional, Grinspun afirma:
O principal papel da Orientação Educacional será ajudar o aluno na formação de uma cidadania crítica, e a escola, na organização e realização de seu projeto político pedagógico. Isso significa ajudar nosso aluno “por inteiro”: com utopias, desejos e paixões. A escola, com toda sua teia de relações, constitui o eixo dessa área da Orientação, isto é, a Orientação trabalha na escola em favor da cidadania.(GRINSPUN, 2006, p. 33).
Diante disso, pode-se afirmar que a Orientação Educacional tem contribuição relevante no sentido de preparar todos os seus cidadãos escolares para ter voz ativa, sendo dono de opiniões, pontos de vista e para lutarem por seus direitos com autonomia, conquistando a liberdade de ir e vir com dignidade na participação das práticas sociais existentes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
GRINSPUN, Mírian Paura Sabrosa Zippin. A Orientação Educacional: Conflitos de paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo. Editora Cortez, 2006.
GRINSPUN, Mírian Paura Sabrosa Zippin. A Orientação Educacional: Conflitos de paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo. Editora Cortez, 2006.
MANTOAN, Maria Teresa Égler (org). O desafio das diferenças nas escolas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
MANTOAN, Maria Teresa Égler e PIETRO, Rosângela Gavioli. Inclusão escolar. Pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2006.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2006.
PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Trad. Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
Como citar:
ANDELO, Márcia Gonzaga Nespereira. O orientador educacional frente à educação inclusiva. In: Revista Sala de Recursos, p. 32-34, out. – dez. 2020. Disponível em:<http://www.saladerecursos.com.br>. Acesso:
Sou seu aluno na Unyleya.
Parabéns pelo seu excelente trabalho.