Tecnologia Assistiva – Podcast do Artigo
Voz – Lunna Mara
Diêgo Santos – Graduado em Educação Física e Pedagogia, especialista nas áreas de Musculação e Treinamento de Força e Orientação e Gestão Escolar, especializando em Bodybuilding Coach, professor da Secretaria de Estado e Educação do Distrito Federal, atualmente atua como coordenador pedagógico.
A educação nos últimos anos vem se reformulando e na mesma velocidade em que as tecnologias estão ao alcance do docente. A predominância de dispositivos tecnológicos tem se destacado cada vez mais nessa nova era, na qual se busca um empoderamento da construção do saber pelo próprio aluno. A quantidade de plataformas, ambientes e ferramentas colaborativas no contexto educacional é crescente e estão a dispor do professor para auxiliá-lo no processo de ensino e aprendizagem de seus alunos. Segundo Scuisato (2016, p. 20):
“a inserção de novas tecnologias nas escolas está fazendo surgir novas formas de ensino e aprendizagem; estamos todos reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a ensinar e a aprender, a integrar o humano e o tecnológico.”
A quebra de paradigmas é essencial nessa nova era educacional. Um mundo novo foi aberto e em acelerado processo de integração e conexão. A globalização trouxe desafios e contextualizar, equipar e preparar o docente para o magistério na nova “aldeia global” implica ampliação de sua capacidade, como observado por Rankine (1987, p. 292):
“testemunhar o desenvolvimento de uma capacidade até agora não imaginada de ampliar o intelecto humano. A tecnologia da sociedade de informação amplia esta capacidade humana, bem além de qualquer nível julgado possível a um quarto de século, colocando conhecimentos à disposição dos que necessitam, quando necessitam e onde quer que estejam” (apud, PASTANA, 2019, p. 16).
Uma nova postura tecnológica, centrada no aluno, frente ao enorme desafio educacional do futuro se faz necessária, porém para que essa realização seja concebida, é essencial que seja alterado todo o processo: conteúdo, aluno e professor. O centro do processo ensino-aprendizagem não mais será o docente, este deverá estar lado a lado do educando, auxiliando-o na criação e crescimento de seus próprios conhecimentos. O uso da tecnologia não deve ser utilizado como fim e sim como meio para uma aprendizagem dinâmica. Saber ser um comunicador escolar com mídias e multimídias é uma postura que nasce, e que o profissional da educação necessita de se apropriar. (REZENDE E FUSARI , 1994, p. 15)
Quebra de paradigmas é essencial nessa nova era educacional. Um mundo novo foi aberto e em acelerado processo de integração e conexão.”
A insegurança e o medo gerados pela falta de preparo do profissional para trabalhar com as ferramentas digitais educacionais, atrelados à dificuldade do professor em incorporar as novas tecnologias em seu dia a dia, são manifestações corriqueiras presentes nos docentes. Porém, Citelli (2000, p.7) mostra que não é necessário ter esse medo e que os meios de comunicação devem ser usados como produtores do conhecimento, onde professores e alunos, juntos, lado a lado, estarão sempre aprendendo, sem ter medo ou vergonha de errar. No entanto, há um grande distanciamento entre as iniciativas e o efetivo uso desses recursos de modo consciente, autônomo, com intencionalidade pedagógica definida, que reflita efetivamente nos processos de ensino e aprendizagem.
Parece faltar harmonia entre a oferta de formação e suas necessidades e anseios dos professores para o trabalho com tecnologias no dia a dia. Uma reflexão é válida: como favorecer ao educador ações formativas que lhes sejam significativas e eficazes, uma vez que sinais de esgotamento são percebidos nos modelos formativos em oficinas e cursos fechados? De fato, os professores precisam aprimorar os conhecimentos, entretanto não sabem como, gerando angústia, pois a escola tem de acompanhar a mudança do mundo.
O professor jamais perderá seu espaço, pelo contrário, seu papel é ampliado, tornando-se mais rico e interessante, uma vez que terá o auxílio de poderosas ferramentas de ensino, porém, deve preparar-se para acompanhar esta evolução. A sala de aula, nesse momento, torna-se um ambiente cooperativo de aprendizagem, onde o docente fornece a direção, a orientação e a inspiração. Gomes et al (2002) afirma que a tecnologia aliada à aprendizagem colaborativa pode potencializar as situações em que professores e alunos pesquisem, discutam e construam individualmente e coletivamente seus conhecimentos. Contudo, para que o conteúdo abordado por ele seja construído de forma efetiva para seus alunos, é de grande importância que o docente conheça todas as possibilidades da plataforma na qual ele irá desenvolver seu trabalho pedagógico.
O uso das plataformas exige do educador uma reflexão crítica sobre o valor pedagógico da informática, assim como sobre as transformações no futuro da educação. Desse modo, os professores são forçados a confrontar suas ideias e verdades diante de uma nova realidade, dando início a um processo de profunda ruptura em seu fazer pedagógico. Os paradigmas instrucionais que foram sendo criados ao longo do tempo, em um mundo de materiais impressos são confrontados com a hipermídia combinada com materiais diversos, tornando disponível grande quantidade de informação e integrando textos, imagens, sons, animação, ferramentas de comunicação (chat, fóruns de discussão), criação de conteúdo, gestão de alunos, gestão de informações etc.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CITELLI, Adilson. A mídia na sala de aula. In: Revista Impressão Pedagógica. Florianópolis N.° 23, Julho – agosto, 2000
GOMES, Péricles Varella et al. Aprendizagem Colaborativa em ambientes virtuais de aprendizagem: a experiência inédita da PUC-PR. In: Revista Diálogo Educacional – v. 3, nº 6, p. 11-27, maio/agosto, 2002.
RANKINE, L.J. A emergente era da informação: Sem limites significativos. Diálogo, 16(3), 1987.
REZENDE e FUSARI, Maria Felisminda. TV, recepção e comunicação na formação inicial de professores em Curso de Pedagogia, VIII ENDIPE – Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino. Florianópolis, 1996.
PASTANA, Delson Ferreira. A Utilização das tecnologias da informação no processo avaliativo na disciplina de matemática: uma abordagem do Aplicativo Plickers. 2019. Disponível em: https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/bitstream/prefix/2291/1/TCC_%20UtilizacaoTecnologiasInformacao.pdf. Acesso em: 8, set. 2019.
SCUISATO, Dione Aparecida Sanches. Mídias na educação: uma proposta de potencialização e dinamização na prática docente com a utilização de ambientes virtuais de aprendizagem coletiva e colaborativa. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. Acesso: 8, set. 2019.
Como citar:
SANTOS, Diêgo de Souza. O professor e as novas ferramentas da educação. In: Revista Sala de Recursos, p. 29 – 31, out. – dez. 2020. Disponível em: <http://www.saladerecursos.com.br>. Acesso: